terça-feira, setembro 07, 2004
Muito mau
Neste Verão li o "Ética para a globalização", do Peter Singer. Muito mauzito.
O ensejo é razoável. Singer tem uma sincera preocupação social e entende que o seu utilitarismo pode ser um condutor para o universalismo.
Todavia, nota-se desde o início que é um texto comprometido: o autor pretende demonstrar uma conclusão, a saber: o mal do mundo nasce dos Estados Unidos e do comércio livre (materializado na pérfida OMC), os quais devem ser profundamente remodelados para que possa haver igualdade e democraticidade a nível mundial.
Depois, o livro de Singer é uma sucessão de incorrecções factuais, de contradições argumentativas e de escolhas (injustificadamente) arbitrárias.
Mas se num primeiro momento o livro indispõe, logo de seguida o espírito sossega. Porque Singer avança com sugestões concretizadoras do seu ideário. Toda aquela confusão mental, aquele preconceito mal escondido, tornam-se, por fim, ridículos. Propostas da mente delirante: formação de um comité de "especialistas em democracia" (sic) que decidiriam se um país reúne condições para pertencer às Nações Unidas; representações nacionais, na Assembleia das Nações Unidas, de acordo com a população de cada país; embargo económico, mundial e total, no campo de matérias primas escassas -- como o petróleo, madeira, etc. --, a países que sejam ditaduras não-"soft" (!); obrigação de os Estados Unidos reflorestarem o seu país até ao nível existente antes da colonização europeia.
Enfim, uma obra a citar com frequência no Fórum Social Português.
O ensejo é razoável. Singer tem uma sincera preocupação social e entende que o seu utilitarismo pode ser um condutor para o universalismo.
Todavia, nota-se desde o início que é um texto comprometido: o autor pretende demonstrar uma conclusão, a saber: o mal do mundo nasce dos Estados Unidos e do comércio livre (materializado na pérfida OMC), os quais devem ser profundamente remodelados para que possa haver igualdade e democraticidade a nível mundial.
Depois, o livro de Singer é uma sucessão de incorrecções factuais, de contradições argumentativas e de escolhas (injustificadamente) arbitrárias.
Mas se num primeiro momento o livro indispõe, logo de seguida o espírito sossega. Porque Singer avança com sugestões concretizadoras do seu ideário. Toda aquela confusão mental, aquele preconceito mal escondido, tornam-se, por fim, ridículos. Propostas da mente delirante: formação de um comité de "especialistas em democracia" (sic) que decidiriam se um país reúne condições para pertencer às Nações Unidas; representações nacionais, na Assembleia das Nações Unidas, de acordo com a população de cada país; embargo económico, mundial e total, no campo de matérias primas escassas -- como o petróleo, madeira, etc. --, a países que sejam ditaduras não-"soft" (!); obrigação de os Estados Unidos reflorestarem o seu país até ao nível existente antes da colonização europeia.
Enfim, uma obra a citar com frequência no Fórum Social Português.